No mês em que completa oito décadas, nossa empresa celebrou 40 anos de relacionamento com o povo indígena
Xikrin do Cateté e aproveitou para assinar um acordo histórico, que visa encerrar controvérsias de 15
anos.
A Vale, que recentemente renunciou a todos os seus direitos minerários em terras indígenas, no total de
104 processos, quer inaugurar uma nova fase com os Xikrin, pautada pelo diálogo e construção conjunta.
A área da Terra Indígena Xikrin do Rio Cateté e as seis Unidades de Conservação que a Vale ajuda a
proteger no Sudeste do Pará, ao lado do ICMBio, formam um maciço de 1,2 milhão de hectares de floresta
conservada, o equivalente a nove vezes a cidade de São Paulo.
Para comemorar 40 anos de relacionamento, nosso presidente, Eduardo Bartolomeo, visitou a aldeia-mãe dos
Xikrin do Cateté, no sudeste do Pará, na última quarta-feira (29/06). A Vale se relaciona com 13 povos
indígenas no Brasil e esta foi a primeira vez que um CEO da empresa visita um desses territórios
indígenas.
Hoje estamos vivendo um momento de grande maturidade da relação, com muito respeito e confiança
mútuos. A Vale está há quase 40 anos na Amazônia e celebrar um acordo como este, aqui na casa dos
Xikrin, é histórico para a companhia, um divisor de águas, e que reflete interesses comuns. Somos
uma empresa baseada na natureza e eles também. Vamos dar passos muito fortes daqui para frente com o
objetivo de melhorar a vida e transformar o futuro juntos
afirmou Bartolomeo.
O CEO da Vale visitou à aldeia-mãe dos Xikrin acompanhado dos vice-presidentes de Sustentabilidade, Malu
Paiva, e de Ferrosos, Marcello Spinelli, além dos diretores do Corredor Norte, Carlos Mello, e de
Operações de Metais Básicos do Atlântico Sul, Antonio Padovezi.
Este acordo inaugura um novo capítulo da nossa história e é resultado de um longo processo de
engajamento e diálogo, construído de forma conjunta e participativa. Queremos estreitar a parceria
entre a empresa e os indígenas
afirmou Malu.
O cacique Karangré, representante do Instituto Botiê Xikrin (IBX), comentou sobre a importância desse
relacionamento para o seu povo: “Vamos continuar esta parceria com a Vale para preservar nossa cultura,
nossa linguagem e a natureza. A floresta é fundamental para nós. Ela tem que ficar em pé, é nosso
oxigênio. Fazemos caçada, plantios e cocar para fazer festas.”
Saiba mais sobre a parceria da Vale com o Povo Xikrin do Cateté no vídeo abaixo:
Preservação cultural
Entre os principais projetos dos Xikrin do Cateté apoiados pela Vale, está o da valorização e resgate da
sua memória e cultura. Assim, nasceu o Projeto Memória Xikrin do Cateté, que já rendeu dois
livros e o
lançamento de uma plataforma digital sobre a história deste povo indígena, incluindo um acervo sonoro
com cantos, rituais e falas sobre histórias do cotidiano.
Os materiais foram selecionados pelos próprios indígenas, a partir de uma vasta coleção de fotos,
desenhos, objetos e áudios cuidadosamente registrados pelas antropólogas Lux Vidal e Isabelle Vidal
Giannini ao longo de 30 anos e doados à Universidade de São Paulo. A principal meta é que as atuais e
futuras gerações indígenas possam ter conhecimento desse rico acervo.
Nosso compromisso com as comunidades indígenas
Em dezembro de 2021, durante o Vale Day, na Bolsa de Valores de Nova York,
anunciamos nossa
Ambição Social, que tem como uma das metas colaborar com as comunidades indígenas vizinhas a
todas as operações da empresa na elaboração e execução de seus planos em busca de
direitos previstos na Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Outro marco importante dessa agenda foi o posicionamento da Vale contrário ao PL
191/2020, sobre
mineração em terras indígenas, o que reforça seu entendimento de que todas as atividades que
possam interferir diretamente nesses territórios devem respeitar rigorosamente o Consentimento
Livre, Prévio e Informado (CLPI).
O apoio à saúde indígena é também resultado da longa parceria de quatro décadas
entre a Vale e os
Xikrin do Cateté. Somente nos últimos quatro anos, mais 3,5 mil atendimentos de saúde foram
realizados nas diversas áreas da medicina para a população indígena no Hospital Yutaka Takeda,
no Núcleo Urbano de Carajás, mantido pela empresa.
Todas as ações visam o etnodesenvolvimento, a valorização dessas populações, além da proteção às
florestas.
A partir de 2018, intensificamos o olhar sobre a temática e revisamos nossa estratégia lançando uma
nova política de atuação da Vale para povos indígenas, com o objetivo de ampliar o engajamento na
pauta e de atuar com foco no registro e valorização da cultura indígena e no fortalecimento do seu
protagonismo
completa Camilla Lott, gerente-executiva de Gestão Social da Vale.