Biodiversidade na bacia do rio Paraopeba
A recuperação do rio Paraopeba e de sua biodiversidade é um dos
compromissos da Vale no trabalho de reparação. Por
isso, desde o rompimento da barragem B1, em Brumadinho, medidas de
curto, médio e longo prazos estão sendo realizadas.
Nesta página, você irá conhecer as iniciativas de monitoramento e
reparação voltadas para a biodiversidade terrestre e aquática.
Monitoramento
O monitoramento da biodiversidade é realizado de maneira permanente por
empresas especializadas na área de meio ambiente, biólogos, auxiliares de
campo e médicos veterinários, com a coordenação de professores
universitários. Ao todo, são estudados 35 pontos para a biodiversidade
aquática e 20 áreas para a biodiversidade terrestre, que contemplam
regiões não afetadas, áreas afetadas em menor intensidade e áreas
severamente afetadas pelos rejeitos.
Também são analisadas a fauna e a flora em algumas lagoas marginais e nos
principais afluentes do rio Paraopeba.
Ao expandir o monitoramento para locais não afetados é possível avaliar as
condições ambientais e o real impacto do rompimento sobre a
biodiversidade.
É com base nessas análises constantes que compreendemos os impactos e
podemos entender quais as melhores ações a serem tomadas em prol da flora
e fauna locais
Assista ao vídeo abaixo para saber como é feito o monitoramento
Fique por dentro das nossas iniciativas na região
O Guardião das Sementes: Conheça o morador de Brumadinho que ajudou a coletar 600 kg de frutos e sementes de 80 espécies nativas para recuperar biodiversidade na região
Com calma, de semente em semente. É assim que o morador de Brumadinho (MG) Salvador da Silva, de 56 anos, nascido em Minas Novas, interior do estado, pretende ajudar a restaurar a floresta e a biodiversidade em toda a área impactada pelo rompimento da barragem B1.
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Explore a área estudada
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Foto: Arquivo Vale
Biodiversidade Aquática
Atualmente, a área de estudo das comunidades aquáticas no rio
Paraopeba vai desde a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Salto do
Paraopeba, em Jeceaba, até depois da represa de Três Marias.
Após estudos de especialistas de instituições governamentais, foram
selecionados 35 pontos para o monitoramento aquático, em áreas
afetadas e não afetadas.
O que é monitorado?
No rio, monitoramos os peixes, insetos aquáticos e organismos
microscópicos vegetais e animais, conhecidos como plâncton, utilizando
os seguintes métodos:
-
Coleta de sedimento do fundo com equipamentos específicos, como a
draga;
-
Coleta manual de pedras e folhas que estão no fundo;
- Rede de arrasto para coleta de plâncton;
-
Coleta de plantas aquáticas, as chamadas “macrófitas”;
-
Coleta de peixes com redes, tarrafas e outros equipamentos.
Foto: Arquivo Vale
A reparação até
aqui
No final de dezembro de 2019, a Vale iniciou o
Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática,
seguindo as diretrizes apresentadas pelo Instituto Estadual de
Florestas de Minas Gerais (IEF).
A reparação até
aqui
Em 2020, foi feita a remoção dos rejeitos na foz do
ribeirão Ferro Carvão, desde a Ponte Alberto Flores até a confluência
do ribeirão Ferro Carvão com o rio Paraopeba. Também foi feita a
estabilização das margens do ribeirão e a
reconstituição da sua calha;
Quais tipos de análises são realizados?
-
Análises histopatológicas –Procedimento realizado para avaliar possíveis enfermidades
ou
danos aos peixes em função da exposição ao rejeito oriundo do
rompimento.
-
Avaliação da helmintofauna – Este procedimento avalia a presença de parasitos como
bioindicadores para o monitoramento do impacto ambiental.
-
Bioacumulação de metais – Procedimento no qual os animais passam por identificação,
biometria e retirada do músculo e do fígado, para verificar a
presença de metais como: alumínio, cobre, ferro, chumbo, zinco,
entre outros. Ou seja, verificamos se existem altas concentrações
de determinada substância química nos organismos do nível mais
elevado da cadeia alimentar;
-
Toxicologia e genotoxicidade em peixes e invertebrados aquáticos
– estudos científicos que analisam os efeitos de substâncias
químicas sobre os organismos e sua capacidade em induzir
alterações no material genético dos animais que foram expostos a
elas.
Importante
Em 28 de fevereiro de 2019, a pesca de espécies nativas foi proibida na
bacia do rio Paraopeba, pela portaria nº 16 editada pelo IEF, e assim
segue até a publicação de nova portaria.
Foto: Arquivo Vale
Comunidades planctônicas
A equipe técnica também estuda as comunidades planctônicas (formadas
por diferentes microrganismos), que possuem alguns bioindicadores
importantes. Esses bioindicadores são sensíveis à poluição e nos
ajudam a verificar se os parâmetros físicos, químicos e biológicos da
água do rio estão adequados. As coletas desses microrganismos são
realizadas com redes de plâncton e as análises são feitas em
laboratório, através do uso de microscópio.
Quais são os bioindicadores estudados?
Quais são os bioindicadores estudados?
Fitoplâncton – Conjunto de
microrganismos fotossintetizantes composto por algas
microscópicas unicelulares e cianobactérias que vivem
dispersos nas águas
Zooplâncton – Conjunto de organismos
aquáticos, geralmente microscópicos, que não realizam
fotossíntese e vivem dispersos na coluna d’água. Inclui
protozoários, vermes, crustáceos, entre outros.
Perifíton – Conjunto de organismos
que se fixam em superfícies sólidas e podem formar uma fina
camada sobre essas superfícies nos habitats aquáticos. Seu
tamanho varia desde organismos microscópicos até alguns com
vários metros.
Zoobentos – Conjunto de organismos
que vivem na água durante pelo menos uma fase do ciclo de vida
e que têm mais de 0,5 mm; por isso são chamados de
macroinvertebrados. Larvas de insetos, crustáceos e moluscos
são alguns exemplos desses organismos.
Biodiversidade terrestre
Nas áreas de mata, na bacia do ribeirão Ferro-Carvão e às margens do rio
Paraopeba, as equipes técnicas analisam o ciclo dos nutrientes na
natureza, a polinização de plantas, a dispersão de sementes nativas e
várias espécies de animais ali presentes. Os principais métodos de estudo
utilizados são:
Passe o mouse e conheça os principais métodos de
estudo utilizados
Clique e conheça os principais métodos de estudo
utilizados
A reparação até
aqui
Mais de 500 mil metros de cerca
foram colocados nas Áreas de Preservação Permanente (APP) da bacia
do rio Paraopeba, medida importante para garantir o crescimento da
vegetação presente em espaços próximos a cursos d'água;
A reparação até
aqui
Uso de técnicas de
bioengenharia para recuperar o
solo e controlar a erosão;
A reparação até
aqui
Mais de
65 animais silvestres devolvidos à
natureza de forma cuidadosa e em conformidade com os procedimentos
técnicos e legais adequados;
A reparação até
aqui
Mais de 200 profissionais, entre
biólogos, veterinários, engenheiros ambientais e auxiliares de campo
dedicados ao resgate dos animais, cuidado e preparação para a
reintegração à natureza;
A reparação até
aqui
Execução do projeto de revegetação no Marco Zero, que plantará
4.000 mudas de espécies nativas da
região;
A reparação até
aqui
Cerca de
1.500 animais domésticos e silvestres
abrigados e cuidados na Fazenda Abrigo de Fauna em Brumadinho.
Animais domésticos
Animais silvestres
Animais domésticos
Animais domésticos também foram impactados pelo rompimento da
barragem B1. Cães, gatos e animais de produção foram resgatados
das áreas atingidas, em residências nas comunidades ou deixados
por doação voluntária. Além do abrigo, nossa equipe técnica
oferece todos os cuidados necessários e os animais que não têm
tutor são disponibilizados para adoção.
Conheça-os e saiba como adotá-los
Foto: Arquivo Vale
Animais silvestres
Os animais silvestres - como aves, cobras, cágados, gambás,
entre outros – encontrados nas áreas das obras emergenciais são
capturados e avaliados clinicamente. As ações de resgate e
salvamento são realizadas respeitando todos os protocolos e
medidas de captura e contenção, de acordo com o grupo de fauna
ao qual ele pertence (anfíbios, repteis, aves ou mamíferos).
Todos os procedimentos visam garantir o bem-estar e segurança da
fauna manejada, buscando sempre a melhor destinação para cada
indivíduo. Se os animais apresentam boas condições, eles são
soltos imediatamente no seu habitat natural. Caso necessitem de
tratamento veterinário que exija algum período de internação,
são encaminhados para a Fazenda Abrigo de Fauna (FAF), em
Brumadinho/MG, onde são abrigados em recintos ambientados que
respeitam as especificidades da sua biologia e ecologia.
Foto: Arquivo Vale
Esses animais contam com o acompanhamento de especialistas que
realizam diversos procedimentos como: exames laboratoriais,
alimentação balanceada para auxiliar na recuperação física e
comportamental, capacitação muscular, entre outros. Eles ainda podem
ser encaminhados para o Programa de Reabilitação e Soltura de Fauna
Silvestre, onde são realizados testes e treinamentos para o
desenvolvimento de capacidades e habilidades de sobrevivência em
ambiente natural.
Depois de reabilitados, os animais em boas condições são
reintegrados ao seu ambiente natural. Os que não possuem capacidade
de reabilitação ou soltura são encaminhados para uma instituição que
seja capaz de manter o seu bem-estar físico e psicológico durante
toda a sua vida em cativeiro, como criadouro, mantenedouro ou jardim
zoológico. Todas essas ações estão em conformidade com as normas
ambientais vigentes e são autorizadas pelo órgão ambiental.
Animais silvestres exóticos
Os animais silvestres exóticos resgatados e/ou capturados passam
pelos mesmos cuidados veterinários, porém, não são reintroduzidos
na natureza. Após o tratamento realizado, a Vale decide junto ao
órgão ambiental qual é o melhor destino para o animal exótico.
Foto: Arquivo Vale
Monitoramento Botânico
Para avaliar se houve impacto à vegetação para além da área
diretamente atingida pelo rejeito, são feitos estudos botânicos que
monitoram, entre outras coisas, as possíveis modificações na estrutura
da vegetação e na diversidade de espécies.
Para esse monitoramento, são feitas marcações em parcelas instaladas
em áreas de mata próximo à mancha de rejeito e, também, em áreas
distantes do rejeito para fins de comparação. Esses locais são
acompanhados ao longo do tempo para verificar se a proximidade com o
rejeito irá gerar algum impacto no longo prazo e, em caso positivo,
quais as melhores medidas de mitigação.
Recuperação de espécies vegetais
A vegetação impactada está recebendo uma contribuição da tecnologia
para sua recuperação. Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da
Universidade Federal de Viçosa (UFV), capaz de resgatar o DNA e criar
cópias das plantas da região, começou a ser aplicada para a
reabilitação florestal da área. Árvores que poderiam levar mais de
oito anos para florescer devem iniciar esse processo entre seis e 12
meses, o que contribuirá para acelerar a recuperação da biodiversidade
da região. Já foram recolhidos materiais genéticos de cinco espécies
pré-selecionadas, incluindo espécies ameaçadas de extinção, como o
Stephanopodium engleri, a braúna (Melanoxylon brauna) e a
caviúna (Dalbergia nigra) e protegidas por lei, como o ipê
amarelo (Handroanthus serratifolius). Parte das mudas
produzidas a partir do material resgatado foram plantadas na área
impactada nos primeiros meses de 2021.
Foto: Arquivo Vale
Revegetação – Projeto Marco Zero
Em dezembro de 2020, a Vale finalizou a primeira etapa do projeto Marco
Zero, que envolveu trabalhos de restauração florestal como: coleta de
sementes, produção de mudas, aclimatação e plantio nas áreas a serem
recuperadas na foz do ribeirão Ferro-Carvão. Outras técnicas de
restauração ecológica utilizadas foram a nucleação (que forma
microhabitats propícios para atrair espécies e acelerar o processo de
sucessão e diversidade local), por meio da instalação de poleiros
artificiais e a transposição de solo; que também contribuirão para o
processo de recuperação no médio prazo. Ao final dos trabalhos de
recuperação, a área do Marco Zero contará com cerca de 4.000 mudas de
espécies arbóreas nativas da região.
Galeria de fotos
Bando de andorinhas-de-coleira (Pygochelidon melanoleuca).
Foto: Afonso Carlos Oliveira
Phyllomedusa burmeisteri (rã-das-folhas), anfíbio registrado
durante monitoramento da biodiversidade. Foto: Hans Thomassen.
Scinax luizotavioi (pererequinha), anfíbio registrado durante
monitoramento da biodiversidade. Foto: Hans Thomassen.
Dendropsophus elegans (perereca-de-moldura), anfíbio
registrado durante o monitoramento da biodiversidade. Foto: Hans
Thomassen.
Enyalius bilineatusI (camaleãozinho), lagarto registrado
durante o monitoramento da biodiversidade. Foto: Hans Thomassen.
Boana lundii (perereca-de-Lund), anfíbio registrado durante o
monitoramento da biodiversidade. Foto: Hans Thomassen.
Pegadas de lontra (Lontra longicaudis). Foto: Ana Yoko Meiga.
Micronycteris megalotis, morcego registrado durante o
monitoramento da biodiversidade. Foto: Jeanneson Sales.
Micronycteris
Artibeus lituratus, morcego registrado durante o
monitoramento da biodiversidade. Foto: Jeanneson Sales. Artibeus
Cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis), capturada e solta após
a instalação do brinco de identificação. Foto: Rodolfo Stumpp.
Cágado-de-barbicha (Phrynops geoffroanus), capturado e solto
após marcação, para o monitoramento populacional. Foto: Aline Costa.
Capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) na margem do rio
Paraopeba. Foto: Ana Yoko Meiga.
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