Sobre barragens e rejeitos
Como muitos termos são técnicos, produzimos um glossário para
que você compreenda todos os termos da página.
- O que é uma barragem e qual a sua função?
-
Barragens são estruturas geotécnicas projetadas por engenheiros
com a finalidade de contenção de sólidos, líquidos ou misturas de
sólidos e líquidos. Na Vale, as barragens são utilizadas, em
geral, para a contenção de sedimentos, rejeitos ou água.
- Por que elas existem?
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- O que são rejeitos?
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O rejeito é o que sobra após o processamento (beneficiamento a
úmido do minério). Ele é composto por minério de ferro, areia e
água, não sendo tóxico, corrosivo ou inflamável.
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Você sabe quais são os métodos de construção e alteamento possíveis?
-
Quando uma barragem é criada, um dique é construído para que os
rejeitos de minério sejam contidos. Esse é o dique de partida. À
medida que a barragem vai recebendo mais rejeitos, novas camadas
são colocadas em cima do dique de partida - operação chamada de
alteamento. O alteamento pode ser de diferentes tipos. Os
principais utilizados pela Vale são: alteamento a jusante (modelo
convencional) e a montante. Além desses dois modelos, existe o
método “Etapa única”, onde não é alteamento, entenda melhor
abaixo:
Após o rompimento de Brumadinho, a Vale se comprometeu com a
eliminação das estruturas das barragens alteadas com método a
montante, atendendo também a recente legislação que determina
a descaracterização desse tipo de estrutura.
Etapa única
Não há alteamentos neste modelo. A barragem é construída em
solo ou enrocamento (que são blocos de pedras) compactado,
sem a construção posterior de alteamentos para ampliação de
sua capacidade.
A Jusante/ convencional
O maciço da barragem é construído em solo compactado,
independentemente do tipo de rejeito depositado na mesma. Os
alteamentos são realizados no sentido do fluxo de água. A
barragem cresce sobre ela mesma, na direção da corrente dos
resíduos, o que melhora a estabilidade da estrutura.
A Montante
O corpo da barragem é construído com o uso de rejeito por
meio de alteamentos sucessivos sobre o próprio rejeito
depositado. Os alteamentos são realizados no sentido
contrário ao fluxo de água. A barragem necessita de rejeito
grosso para que o maciço possa ser construído. Ela cresce
por meio de degraus que são feitos com o próprio rejeito
sobre o dique inicial.
Método "linha de centro"
É uma variante do método à jusante, em que os alteamentos
sucessivos se dão de tal forma que o eixo da barragem se
mantém na posição inicial, ou seja, coincidente com o eixo
do dique de partida. São feitos degraus um sobre os outros,
mantendo sempre o eixo de simetria.
As barragens da Vale
As barragens da Vale
Você sabe quantas barragens a Vale possui?
No Brasil, a Vale possui 110 barragens, entre estruturas
ativas, paralisadas, descaracterizadas ou em construção. Dessas,
todas as construídas no método a montante, o mesmo da barragem B1 de
Brumadinho, estão sendo eliminadas pelo processo de
descaracterização.
E onde elas estão?
85 estão em Minas Gerais, 21 no Pará e 4 no Mato Grosso do Sul.
Destas, 70 barragens estão em operação e 38 inativas. Também temos
outras duas estruturas em implantação, a barragem Torto, na Mina
Brucutu (MG); e pilha de estéril 2 (PDE2), na Mina Manganês Azul
(PA).
* Dados segundo as estruturas inscritas na Política Nacional de
Segurança de Barragens (PNSB). Atualizado em: setembro/2021
A eliminação das estruturas a montante
O processo para eliminar as barragens a montante da Vale, a
descaracterização, abrange muitas etapas, estudos e cuidado com as
particularidades de cada barragem.
Nosso compromisso é eliminar 30 barragens em Minas Gerais e Pará,
sendo que 7 já foram entregues.
Entenda quais barragens serão eliminadas, os prazos, locais e todas
as etapas desse processo:
Neste vídeo trazemos informações sobre as obras de eliminação das
nossas barragens de mineração à montante e como elas funcionam na
Vale.
Localização das Barragens
Localização das Barragens
Criamos um mapa, onde é possível saber onde estão nossas barragens,
acessar fotos e documentos do Plano de Ação de Emergência para
Barragens de Mineração (PAEBM), além dos mapas de inundação e os
procedimentos de emergência. Veja abaixo:
Clique sob os estados para ver as barragens referentes
Padrão Global da Indústria sobre Gestão de Rejeitos ("GISTM")
Desde 2019, revimos e estamos estruturando, a cada dia, nossa política
de gestão de rejeitos. Ela é baseada nas melhores práticas nacionais e
internacionais do setor e capaz de fortalecer a segurança das
barragens.
Para conhecer mais sobre o GISTM, visite o
Portal ESG da Vale
- Relatório de Inspeção de Segurança Regular (RISR)
-
Este relatório é revisado duas vezes por ano, em atendimento à
Portaria DNPM 70.389/17, do Governo Federal, nele é possível
monitorarmos as Declarações de Condição de Estabilidade (DCE) e
entender as condições das estruturas. Dessa forma, temos mais
qualidade no nosso processo de acompanhamento e revisão de
segurança de nossas barragens.
Uma mudança importante na monitoração das barragens é a inclusão
do Engenheiro de Registro (EOR). Anteriormente, o padrão era
contratar auditorias semestralmente e elas faziam um relatório com
base nas informações disponibilizadas e, geralmente, uma inspeção
de campo. Atualmente, existe um EOR que acompanha a estrutura
regularmente, o que permite termos RISR com mais informações e
assertividade. Além disso, o EOR acompanha a implementação das
recomendações nas barragens.
O objetivo da Vale é que todas as estruturas avaliadas tenham um
resultado positivo. Para isso, estamos investindo em tecnologia e
aprimorando nossos fatores de segurança.
- Auditoria Independente
-
Realizadas por empresas internacionais, essas auditorias enviam
relatórios periódicos, atendendo às demandas do Ministério
Público. Quando são recomendadas ações de reforço, é feito um
monitoramento da estabilidade da barragem, pela mesma empresa
auditora, ao longo de um ano após a conclusão das obras.
- Parceiro da segurança
-
A Vale instaurou a função de engenheiro de registro (EoR) como
etapa adicional para fortalecer a governança. Essa função é
responsável pela inspeção de segurança regular e pelos relatórios
técnicos mensais sobre a situação das barragens. Caso seja
constatada alteração na condição de segurança de alguma estrutura,
uma nova Declaração de Estabilidade (DCE) poderá ser emitida a
qualquer momento.
- Tecnologia para o monitoramento das barragens
-
As barragens da Vale são monitoradas 24 horas por dia, sete dias
por semana. Para fornecer dados precisos, são utilizados
instrumentos de alta tecnologia, como câmeras de vídeo com
inteligência artificial, radares que detectam movimentações
milimétricas, drones de inspeção, piezômetros (que medem a pressão
a água) e geofones (sensores para medir ondas sísmicas induzidas e
naturais).
Os dados das estruturas são coletados em tempo real e encaminhados
para os Centros de Monitoramento Geotécnicos (CMG), que estão
localizados em Minas Gerais - Itabira e Nova Lima - e Parauapebas,
no Pará. Todas as informações são analisadas pelos técnicos da
Vale de forma contínua. Isto nos permite verificar o estado das
estruturas e tomar medidas preventivas e corretivas de forma
rápida e segura.
Neste vídeo são detalhados os métodos de construção e alteamento de
barragens de mineração, quais são os níveis de emergência possíveis
para uma barragem e como essa classificação é feita.
Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM):
As estruturas que possuem um alto potencial de dano social, ambiental
e cultural precisam ter um Plano de Ação de Emergência para Barragens
de Mineração (PAEBM). Além dessas, as barragens com DPA médio, são
analisadas e, caso essas estruturas possuam outras características
dentro da lista de critérios, elas também devem possuir o PAEBM.
O Plano é elaborado, desenvolvido, implementado e gerido de acordo com
as exigências da lei e protocolado nas Prefeituras e Defesas Civis
municipal e estadual.
Neste vídeo detalhamos como funciona o Plano de Ação de Emergência
para Barragens de Mineração, o PAEBM, na Vale.
Todos os documentos de PAEBM podem ser encontrados na íntegra
aqui
O plano define ações imediatas em caso de emergência. Seu principal
objetivo é planejar medidas para minimizar riscos e danos. O PAEBM
contém:
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As manchas de inundação, caso ocorra o rompimento da barragem;
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Tempo de chegada a cada estrutura;
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Pontos de encontro e rota de fuga;
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Como proceder em caso de soar-se as sirenes;
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Informações sobre teste mensais e geolocalização das sirenes;
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Telefones importantes de contato em caso de emergência.
Clique aqui
e acesse todas essas informações listadas acima.
-
Por meio de estudos técnicos que indicam o trajeto do rejeito em um
hipotético rompimento da barragem, chamado de mancha de inundação, o
PAEBM estabelece rotas de fuga e pontos de encontro. Periodicamente,
a comunidade da ZAS é orientada e treinada sobre como agir caso
ocorra alguma emergência.
-
O PAEBM indica onde e quantas sirenes de alerta de emergência
precisam ser instaladas em cada localidade, cobrindo todos os pontos
da área de mancha.
-
As sirenes passam por testes periódicos, inclusive silenciosos. Nos
testes mensais, o som emitido pelas sirenes é de uma música
instrumental. Assim, os moradores podem diferenciar quando se trata
de um teste ou quando o alerta é de real.
Conheça os tipos de simulados abaixo:
Os simulados são exercícios de preparação e avaliação dos protocolos
e procedimentos propostos para as situações reais de emergência. Por meio deles são testados e validados planos, protocolos, acordos e
procedimentos, além de esclarecer papeis e responsabilidades e
identificar oportunidades de melhoria.
Essas ações envolvem vários times, regiões e disciplinas, com funções
táticas e estratégicas, envolvidas na resposta de uma situação de
emergência, como postos de comando, centros de monitoramento e escala
hierárquica na tomada de decisões.
A participação da comunidade nos simulados é fundamental para o correto
entendimento de como se portar em caso de situação real de emergência.
Diálogo Constante
Todas as ações de PAEBM são discutidas com os órgãos competentes e
com a própria comunidade. Profissionais explicam quando haverá simulados de emergências e quais
medidas precisam ser adotadas pelos moradores.
Entenda o que é Zona de Autossalvamento (ZAS) e Zona de Segurança
Secundária (ZSS):
- Zona de Autossalvamento (ZAS)
-
Toda região em que não exista tempo suficiente para uma
intervenção das autoridades competentes em situação de
emergência. Por isso, adota-se a distância que corresponde a um
tempo de chegada da onda de inundação igual a 30 minutos ou 10
km.
- Zona Segurança Secundária (ZSS)
-
É a região que está após 10 km ou 30 minutos. Existe tempo
suficiente para que pessoas com treinamento adequado procedam
seu próprio salvamento e se retire em direção aos pontos de
encontro onde acontece o acolhimento. Ressaltamos que caso as
barragens sejam classificadas nos níveis 2 ou 3 de emergência, a
ZAS é evacuada e a ZSS notificada.
Seminários Orientativos
Seminários Orientativos
Para que a mineração seja feita de forma segura, a Vale realiza
diversas ações de prevenção. Entre as ações estão: sinalizações
de emergência, simulados, testes de sirene, reuniões públicas e
treinamentos.
Além disso, estamos comprometidos com a transparência e com o
atendimento à legislação (Resolução nº 51, de 24 de dezembro de
2020, que determina a necessidade de realização de Seminários
Orientativos anuais, com participação dos stakeholders, para
aprofundamento do PAEBM com estes públicos) por isso, mantemos
uma rotina de diálogo com a comunidade para falar de segurança
com barragens e prevenção a riscos. Em caso de dúvida, entre em
contato pelo telefone 0800 039 6010
Veja mais detalhes dos seminários da Vale.
Clique aqui
Inovação
Inovação para a segurança das operações e comunidades
A Vale investe em novas tecnologias para o monitoramento de
barragens, pois sabe da importância de ter a tecnologia como aliada.
É desta forma que alcançamos agilidade e segurança em nossas ações.
Passe o mouse para conhecer mais sobre essas tecnologias.
Perguntas Frequentes
Perguntas Frequentes sobre nossas barragens
- O que a Vale faz para garantir a segurança de suas barragens?
-
A Vale monitora suas barragens pelo Centro Técnico de
Monitoramento Geotécnico, 24 horas por dia, 7 dias por semana. O
CMG integra os dados de instrumentações de mais de 100 estruturas,
utilizando vários sensores e sistemas de monitoramento remoto com
transmissão em tempo real. Além disso, técnicos realizam inspeções
periódicas nas estruturas. Nas barragens, também temos vários
equipamentos instalados que fazem a medição de diversos aspectos
da estrutura. Há também auditorias internas e externas, quando o
trabalho dos técnicos é checado por outras pessoas de dentro e de
fora da Vale.
Existem ainda as sirenes que integram os sistemas de alerta nas
barragens. Além dessas sirenes, temos o sistema de redundância,
que é um dos processos da gestão de barragens, que exige que a
Vale tenha uma infraestrutura preparada para suportar sistemas que
venham a falhar. Exemplo: caso o operador falhe no acionamento da
sirene, ela aciona sozinha, por meio de sistema automatizado.
Temos sistemas de redundância elétrica, de telecomunicações, de
rede, de energia, entre outros.
Estamos focados na evolução do nosso Sistema de Gestão de Rejeitos
e Barragens, seguindo as mais rigorosas práticas internacionais e
exigências legais. Também mantemos canais de diálogos sempre
abertos e transparentes com a sociedade, órgãos reguladores e
poder público para reforçar a segurança de nossas operações.
-
Sempre ouço falar no Plano de Ação de Emergência de Barragens de
Mineração (PAEBM). Quais são seus objetivos?
-
Contribuir para a criação de uma cultura prevencionista nas
comunidades onde atuamos, identificando situações e eventos
diversos que possam colocar em risco a integridade da estrutura de
uma barragem. O PAEBM também estabelece recursos e estratégias
para evitar ou minimizar impactos sociais, ambientais e econômicos
em um eventual cenário de rompimento de barragem.
- E quais são as ações do PAEBM?
-
Entre as medidas para garantir a execução correta do PAEBM,
destacam-se:
-
A sinalização de emergência: em parceria com as Defesas Civis
municipais, são instaladas placas de rotas de fuga e de ponto de
encontro nas Zonas de Autossalvamento (ZAS) nos municípios. A
rota de fuga é o trajeto que as pessoas devem seguir no caso de
uma emergência. Já os pontos de encontro são locais onde todos
devem se reunir se houver necessidade de deixar a área.
-
Os simulados de situação hipotética de ruptura, para que a
comunidade e agentes envolvidos da Zona de Autossalvamento (ZAS)
tomem conhecimento das ações previstas e sejam treinados em como
proceder caso ocorra uma situação de emergência real. Eles são
realizados em parceria com as defesas civis municipais e
estadual e demais órgãos de respostas à emergência; Os testes de
sirenes fazem parte de uma exigência legal e asseguram o
adequado funcionamento do sistema sonoro, identificando se as
sirenes estão funcionando corretamente e se estão atendendo a
todos os requisitos necessários.
-
Os testes de sirenes são previamente informados à população e
são realizados em parceria com as Defesas Civis municipais. O
comissionamento é o teste inicial, que certifica o funcionamento
do sistema de alerta após a sua implantação. Depois dessa etapa,
os testes passam a ser mensais, em determinados dias e horários,
conforme cronograma estabelecido juntos aos órgãos competentes.
-
Treinamentos: além dos simulados com a comunidade, realizamos
também treinamentos internos, com empregados e terceiros, para
garantir uma resposta rápida e adequada de todas as áreas
envolvidas com uma situação de emergência.
-
Comunicação de risco: a Vale mantém um sistema de comunicação
informativa com as comunidades próximas às suas operações. Entre
os temas tratados, estão os cenários de risco, rotas de fuga,
pontos de encontro, sinalização, sirenes e simulados.
- As barragens da Vale são regidas por alguma legislação?
-
Todas as barragens da Vale localizadas no Brasil se enquadram
dentro dos requisitos legais definidos pela Lei 12.334; Portaria
70.389 do DNPM e resolução 51, da Agência Nacional de Mineração e
pela Lei Federal 14.066 de 2020.
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Como fico sabendo de uma situação real de emergência com barragens?
-
Em uma situação real de emergência você ouvirá o som da sirene
intermitente seguido da seguinte mensagem: “Atenção! Atenção! Isso
é uma emergência. Esta é uma situação real de emergência de
rompimento de barragem. Abandonem imediatamente as suas
residências, sigam pela rota de fuga até o ponto de encontro e
permaneçam até que sejam repassadas novas instruções.”
- Em caso de dúvidas, para quem posso ligar?
-
Em caso de dúvidas, você pode entrar em contato com a Vale pelo
0800 039 6010.
Todos os Planos de Ação de Emergência para Barragens de Mineração
da Vale estão disponíveis em
aqui.
O conteúdo técnico desta página foi simplificado para facilitar o
entendimento de todos.
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