A Vale divulgou nesta quarta-feira, 27 de abril, seu resultado financeiro
referente ao primeiro trimestre de 2022. No 1T22, a Vale reportou um
EBITDA ajustado proforma das operações continuadas de US$ 6.374 bilhões,
US$ 483 milhões abaixo do 4T21.
Apesar do trimestre desafiador em nossas operações, estamos no caminho
certo para cumprir nossos compromissos para 2022. No 1T22, enfrentamos
fortes chuvas em Minas Gerais, atrasos de licenciamento no Norte e
desempenho abaixo do esperado em alguns ativos. No entanto, aproveitamos
os volumes sazonalmente menores para realizar atividades de manutenção
que nos levarão a operações mais seguras e produção sólida à frente.
Confiantes das perspectivas para nossos negócios, estamos anunciando um
terceiro programa de recompra, como uma alavanca adicional de geração de
valor para nossos acionistas.
Eduardo Bartolomeo, Presidente
- Nossas operações
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- Em março, firmamos um acordo plurianual para fornecer produtos de
níquel de baixa emissão de carbono para a produtora sueca de
baterias de lítio Northvolt AB, reforçando nosso compromisso com a
sustentabilidade na cadeia de veículos elétricos e a eletrificação
da indústria de mineração e reafirmando nossa posição como um os
principais fornecedores para a crescente indústria de veículos
elétricos.
- Em abril, iniciamos as obras de construção da primeira planta
comercial da Tecnored no estado do Pará. A Tecnored é 100% de nossa
propriedade e se concentra no desenvolvimento de um processo de
ferro-gusa de baixa emissão de carbono por meio de fontes de energia
que emitem menos CO2 do que carvão e coque, os métodos tradicionais
de fabricação de ferro-gusa. A planta terá inicialmente uma
capacidade de 250 ktpa de ferro-gusa verde e poderá chegar a 500
ktpa no futuro. Planejamos o start-up para 2025, com investimento
estimado de aproximadamente R$ 1,6 bilhão.
- Nossos comprometimentos com a reparação e a sociedade
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- As ações previstas no Acordo de Reparação Integral estão em
andamento. Após autorização judicial, a Vale iniciou o detalhamento
de informações para implantação de 9 projetos de reparação
socioeconômica, selecionados pelas partes com base nos resultados de
consulta popular. Esses projetos fazem parte do Pacote de Resposta
Rápida e abrangem as áreas de saúde, desenvolvimento social,
infraestrutura, agricultura e agropecuária, em Brumadinho e nos
outros 25 municípios da bacia do Paraopeba. O detalhamento do escopo
de cada projeto será avaliado pelas demais partes do Acordo de
Reparação Integral e, uma vez aprovado, permitirá a efetiva execução
dos projetos.
- Segurança de barragens
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- Em fevereiro, assinamos um acordo com o estado de Minas Gerais,
agências reguladoras e ministérios públicos estaduais e federais,
estabelecendo um cronograma e reforçando o compromisso de
descaracterizar todas as nossas estruturas a montante no Brasil. O
acordo traz mais segurança jurídica e técnica ao processo,
estendendo o prazo original para a conclusão e refletindo as ações
necessárias para aumentar a segurança durante as obras. Concordamos
em contratar uma consultoria independente para confirmar a
viabilidade técnica dos prazos para a descaracterização de cada
estrutura incluída em nosso plano. Também contribuiremos com um
valor de R$ 236 milhões para investimentos em projetos sociais e
ambientais, com desembolso ao longo de oito anos.
- Em abril, iniciamos a descaracterização do Dique Auxiliar da
Barragem 5, na Mina de Águas Claras, em Nova Lima (MG). O dique é
uma das cinco estruturas a montante a serem eliminadas em 2022. Até
o final do ano, a Vale espera ter eliminado um total de 12
estruturas a montante no Brasil como parte do Programa de
Descaracterização.
- Foco nos nossos principais negócios
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- Em fevereiro, concluímos a venda da participação de 50% que
detínhamos na California Steel Industries – CSI para a Nucor
Corporation e, em abril, concluímos com sucesso o desinvestimento da
mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala para a
Vulcan Resources, após a conclusão de todas as condições
precedentes.
- Em abril, também celebramos um contrato vinculante para venda de
nossos ativos de minério de ferro, minério de manganês e logística
no Sistema Centro-Oeste. Nos termos acordados, o enterprise value da
transação é de aproximadamente US$ 1,2 bilhão para um conjunto de
ativos que produziu 2,7 Mt de minério de ferro e 0,2 Mt de manganês,
e que contribuíram para a Vale com US$ 110 milhões de EBITDA
ajustado em 2021. No fechamento, esperamos receber aproximadamente
US$ 150 milhões, além de transferir as obrigações relacionadas aos
contratos de take-or-pay de logística, sujeito ao consentimento das
contrapartes aplicáveis e condições precedentes usuais.
- Compartilhando a criação de valor
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- Alinhado ao nosso compromisso de entregar valor superior aos
nossos acionistas, pagamos dividendos de US$ 3,5 bilhões e avançamos
com nosso programa de recompra de ações, que está 84% concluído na
data deste relatório.
- Em continuidade aos programas de recompra de ações de 2021, nosso
Conselho de Administração aprovou um novo programa de até 500
milhões de ações, equivalente a aproximadamente 10% das ações da
empresa atualmente em circulação, a ser executado nos próximos 18
meses e após a conclusão do programa atual. Após a conclusão do
terceiro programa de recompra, a participação dos acionistas da Vale
nos resultados da empresa terá aumentado mais de 22% desde a
aprovação do primeiro programa em 2021.
Os principais fatores que contribuíram para o desempenho do 1T22 em
relação ao 4T21 foram: o menor volume de vendas de minério de ferro e
pelotas, principalmente devido à intensa estação chuvosa no 1T22 e o
desempenho mais fraco do Sistema Norte (US$ 2,192 bilhões) e os
maiores preços realizados para minério de ferro e pelotas (US$ 1,812
bilhão), seguindo o aumento de US$ 32/t no preço de referência 62% Fe
e o maior prêmio de qualidade, compensando parcialmente os volumes
mais fracos de minério de ferro.
O lucro líquido no 1T22 foi de US$ 4,458 bilhões, US$ 969 milhões
abaixo do 4T21. O EBITDA sazonalmente menor e os maiores resultados
financeiros do 4T21 explicam a queda, que foi parcialmente compensada
pelo impacto positivo de US$ 1,1 bilhão do acordo vinculante para
venda das operações de minério de ferro e manganês do Centro-Oeste e
as provisões para descaracterização de barragens e Fundação Renova
registradas no 4T21.
No 1T22, investimos US$ 1,1 bilhão em projetos de crescimento e
manutenção, US$ 615 milhões abaixo do 4T21, devido a maior intensidade
dos projetos durante a estação mais seca no final do ano.
A dívida bruta e arrendamentos totalizaram US$ 14,0 bilhões ao final
do 1T22, em linha com o 4T21. A dívida líquida expandida aumentou para
US$ 19,4 bilhões, principalmente devido ao efeito da valorização do
real sobre os compromissos denominados em moeda local, parcialmente
compensado pelos ganhos de marcação ao mercado nas posições de hedge
cambial. Durante este trimestre, revisamos e aprovamos com nosso
Conselho de Administração uma mudança em nossa alavancagem ótima de
US$ 15 bilhões para um range entre US$ 10 e 20 bilhões, sob o conceito
de dívida líquida expandida.
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