A Vale divulgou nesta quinta-feira, 24 de fevereiro, seu resultado financeiro referente ao quarto trimestre de
2021. No 4T21, a Vale reportou um EBITDA ajustado proforma de US$ 6.959 bilhões, US$ 150 milhões abaixo do 3T21. O
Lucro Líquido no 4T21 foi de US$ 5,4 bilhões, US$ 1,5 bilhão superior ao 3T21, principalmente devido ao maior
resultado financeiro (US$ 3,5 bilhões), principalmente devido a reclassificação da variação cambial acumulada no
patrimônio líquido.
Em um ano ainda marcado pelos persistentes efeitos da pandemia de Covid-19 e volatilidade dos mercados, fomos
capazes de atingir significantes marcos na criação de valor sustentável a nossos stakeholders. Em linha com
nosso novo pacto com a sociedade, avançamos na reparação de Brumadinho e Mariana e reforçamos nosso apoio à luta
contra a pandemia. Também anunciamos nossos investimentos em redução de emissões e definimos nossa ambição
social de criar um legado de educação, saúde e renda nas comunidades em que operamos. Estamos trabalhando de
forma mais segura através da implementação do VPS, do descomissionamento de nossas barragens a montante e o
alinhamento com os padrões do GISTM. Estamos também recuperando nossa capacidade de produção em minério de ferro
e metais básicos, estabelecendo as fundações para criar e distribuir valor de forma consistente.
Eduardo Bartolomeo, Presidente
- Nossas operações
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- No negócio de Minerais Ferrosos, nós atingimos uma capacidade de produção de cerca de 340 Mtpa no final
de 2021 vs. 322 Mtpa no final de 2020. Esperamos chegar a 370 Mtpa de capacidade ao final de 2022.
- Nós produzimos 315.6 Mt de finos de minério de ferro em 2021, 5.1% acima do ano anterior, principalmente
devido a (a) a retomada de produção em Serra Leste, (b) melhora de desempenho em Itabira e Timbopeba, (c)
maior produção de produtos de alta-sílica em Brucutu e Fábrica, e (d) maior volume de compra de terceiros.
Estes fatores foram parcialmente compensados pelo desempenho de S11D, impactado pela maior relação
estéril/minério e menor produtividade da mina, ocasionada pela maior incidência de jaspilito no corpo
mineral. Para 2022, esperamos um aumento de produção para 320-335 Mt.
- Nossa produção de pelotas totalizou 31,7 Mt em 2021, 6,8% acima do ano passado, principalmente devido a
retomada das operações nas plantas de pelotização de Vargem Grande no início do ano. Para 2022, esperamos
aumentar a produção para 34-38 Mt.
- Em Metais Básicos, produzimos 168,0 kt de níquel, 8,5% abaixo do ano passado, e 296,8 kt de cobre, 17,6%
abaixo no mesmo período. O desempenho foi afetado por diversos eventos one-off, como a paralização dos
trabalhos em Sudbury e as atividades de manutenção em Salobo, Sossego, Matsuzaka e Onça Puma. Apesar disso,
entramos em 2022 de forma mais positiva, com as operações de Ontario concluindo o ramp up da produção após
as interrupções em Sudbury e a mina de Totten retomando as atividades de içamento no início de fevereiro. A
refinaria de Matsuzaka e Onça Puma também tiveram um forte quarto trimestre após as atividades de
manutenção. No cobre, a movimentação na mina de Salobo deve continuar melhorando durante o ano. Para 2022,
esperamos produzir 175-190 kt de níquel e 330-355 kt de cobre.
- Nossa produção de carvão aumentou 44,6% em 2021 com relação ao ano anterior, para 8,5 Mt, devido a maior
produtividade da planta remodelada.
- Avançamos na implementação de nosso sistema de gestão (VPS), um sinal concreto de nossos esforços para a
transformação cultural que irá entregar resultados de forma segura e consistente. As operações que estão
mais maduras no VPS apresentaram maior aderência aos planos de manutenção e estabilidade operacional. Uma
consequência direta é que o desempenho de segurança melhorou em toda a companhia e atingimos a menor Taxa
Total de Frequência de Lesões Registráveis (TRIFR) de nossa história.
- Simplificamos nosso portfólio de ativos significativamente. Nós concluímos a venda de VNC e evoluímos na
saída responsável do negócio de Carvão em Moçambique. Também desinvestimos do negócio de ferroligas de
manganês, da nossa participação de 50% na CSI e de nossas ações da Mosaic.
- Nossos comprometimentos com a reparação e a sociedade
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Avançar nas iniciativas de reparação continua sendo uma de nossas prioridades
- Em Brumadinho, o Acordo de Reparação Integral, assinado em fevereiro de 2021, trouxe legitimidade e
certeza legal às iniciativas de reparação. Nós destinamos R$ 23,0 bilhões à reparação nos últimos três anos
incluindo os acordos para indenização individual com 12,7 mil pessoas. Dentre as iniciativas de 2021,
pagamos R$ 4,4 bilhões como parte da implementação do Programa de Transferência de Renda. Também concluímos
o comissionamento do sistema de adutoras e reservatórios para assegurar a demanda atual da região de Belo
Horizonte.
- Em Mariana, estamos comprometidos com a Fundação Renova, através de seus órgãos de governança e provendo
profissionais especializados para a implementação dos programas de reparação. O restabelecimento do direito
a moradia para 107 famílias progrediu e, após a adoção do processo simplificado, dobramos o número de
indenizações, chegando a 51,8 mil pessoas. Após novas decisões judiciais sobre a compensação individual para
residentes nas cidades impactadas pela barragem de Fundão, nós complementamos a provisão relacionada à
Fundação Renova em US$ 1,1 bilhão no 4T21. Estas decisões alteraram e expandiram principalmente o conceito
de dano, categorias, valores indenizáveis e municípios afetados.
- Nos associamos ao Movimento Unidos pela Vacina para aprimorar a estrutura operacional de vacinação no
Brasil. Continuamos com nossas iniciativas de apoio humanitário, doando 1 milhão de cestas básicas para
famílias em necessidade no país. Desde 2020, doamos cerca de R$ 830 milhões para o combate ao Covid-19.
- Segurança de barragens
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Em 2021, nós melhoramos a segurança de nossas estruturas geotécnicas.
- Nosso plano de descaracterização avançou e, até o final de 2021, havíamos concluído as obras em 7 das 30
estruturas.
- Nós melhoramos as condições de segurança nas barragens de Doutor, Sul Inferior e Norte Laranjeiras,
permitindo a reclassificação para nível de emergência 1. Adicionalmente, o nível de emergência foi removido
nas barragens de Marés I e Forquilhas IV.
- Nós concluímos a construção das estruturas de contenção a jusante para as barragens Forquilhas I, II e
III e IV e Grupo, próximas a mina de Fábrica. Com isso, todas as estruturas atualmente em nível de
emergência 3 contam com estruturas de contenção a jusante implantadas.
- Iniciamos a remoção de rejeito das barragens B3/B4 em Nova Lima (MG) e Sul Superior em Barão de Cocais
(MG) utilizando equipamentos não-tripulados operados remotamente.
- Estabelecemos um Independent Tailings Review Board para cada sistema operacional do negócio de Minério de
Ferro, em linha com o Global Industry Standard for Tailings Management (GISTM) e outras referências da
indústria.
- Estamos comprometidos com a implementação do GISTM. Como resultado de autoavaliação, estávamos mais de
60% aderentes ao padrão em dezembro de 2021. Esperamos atingir 90% de aderência em 2022, 100% das estruturas
de armazenamento de rejeito com consequências potenciais extremas ou muito altas até agosto de 2023 e 100%
para as estruturas restantes em agosto de 2025, em linha com os prazos estabelecidos pelo ICMM.
- Iniciamos as operações de uma planta de filtragem no complexo de Vargem Grande e o comissionamento de
duas plantas de filtragem no complexo de Itabira em 2021. Em 2022, esperamos concluir a última planta em
Brucutu, alinhado com nosso comprometimento de reduzir nossa dependência do uso de barragens.
- No 4T21, nós aumentamos a provisão para descaracterização das barragens a montante em US$ 1,7 bilhão após
a atualização de nossas estimativas considerando novas soluções de engenharia e geotécnicas, incluindo novos
conceitos de gestão de riscos, o uso de equipamentos operados remotamente e o reforço dos planos de
contenção em certas barragens.
- Compartilhando a criação de valor
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- Nosso EBITDA ajustado proforma foi de US$ 33,8 bilhões em 2021, US$ 11,8 bilhões superior ao ano
anterior, principalmente devido a maiores preços realizados nos negócios de minerais ferrosos e cobre,
parcialmente compensados maiores custos relacionados a preços de commodities e frete.
- O lucro líquido foi de US$ 22,4 bilhões em 2021, US$ 17,6 bilhões superior ao ano anterior,
principalmente devido ao maior EBITDA ajustado proforma e sólidos resultados financeiros.
Desde 2021, a remuneração dos acionistas chegou a US$ 23,0 bilhões:
- Em março, junho e setembro de 2021, pagamos US$ 13,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio
para o ano de 2020 e antecipação do resultado de 2021.
- Hoje, nosso Conselho de Administração aprovou dividendos de US$ 3,5 bilhões. O valor é baseado no
desempenho no segundo semestre de 2021, de acordo com nossa Política de Remuneração ao Acionista, incluindo
um dividendo extraordinário de US$ 0,7 bilhão. O pagamento será feito em março de 2022.
- Até a data deste relatório, pagamos US$ 6,0 bilhões na recompra do equivalente a 6,3% de nossas ações em
circulação, beneficiando diretamente nossos investidores em uma base por ação.
No 4T21, a Vale reportou um EBITDA ajustado proforma de US$ 6.959 bilhões, US$ 150 milhões abaixo do 3T21.
Os principais fatores da diferença de desempenho do 4T21 em relação ao 3T21 foram menores preços de venda
realizados (US$ 2,075 bilhões); a queda de US$ 19,9/t do preço realizado de finos de minério de ferro é
explicada principalmente pela acentuada queda de US$ 53,3/t no preço de referência do 62% Fe.
O efeito negativo do preço foi parcialmente compensado por maiores volumes de vendas (US$ 1,433 bilhão) com
vendas de finos de minério de ferro e pelotas crescendo 23,3%.
Terminamos o trimestre com dívida bruta e arrendamentos totalizando US$ 13,8 bilhões, e a dívida líquida
totalizando US$ 1,9 bilhão, ambos em linha com o 3T21. A dívida líquida expandida aumentou para US$ 15,1
bilhões, principalmente devido às provisões adicionais registradas no trimestre para a descaracterização das
barragens a montante e da Fundação Renova.
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