Por Alberto Ninio, diretor de Sustentabilidade, e Gleuza Jesué, gerente executiva de Gestão Ambiental
A preocupação com a biodiversidade está intimamente ligada à existência da Vale e bem traduzida em sua Missão – “Transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável”; em sua Visão, que trata da paixão pelas pessoas e pelo planeta; e em seus Valores, que colocam a vida em primeiro lugar. A empresa tem plena consciência de que a atividade mineradora interfere de forma relevante no meio ambiente e, por isso, internalizou o conceito de que é possível não apenas buscar o Impacto Líquido Neutro (No Net Loss) sobre a biodiversidade em suas áreas de atuação, compromisso desde 2013, mas ir além dessa perspectiva. Ou seja: trazer mudanças positivas para a biodiversidade em longo prazo.
Para tanto, a Vale atua em diferentes vertentes. Investe em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I), inclusive em parceria com centros de saber do Brasil e do mundo, com o objetivo de criar soluções capazes de evitar, mitigar e compensar impactos, oferecendo à sociedade conhecimento novo e transformador, um legado para gerações futuras. Apenas no Instituto Tecnológico Vale – Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), em Belém (PA), há dezenas de pesquisadores com formação multidisciplinar estudando temas como serviços ambientais, recursos hídricos, genômica, alterações climáticas e uso do solo. Como exemplo, o levantamento da flora de cangas de Carajás conduzido pelo ITV-DS, em associação com o Museu Emílio Goeldi, de Belém, e 140 profissionais brasileiros e estrangeiros, permitiu o registro de 1.080 espécies, catalogadas em quatro volumes da Revista Rodriguésia, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A empresa também é responsável pela proteção de uma área que, somada, chega a 8,5 mil km2 (850 mil hectares), um território 5,6 vezes maior do que o total ocupado por suas operações no Brasil. A Reserva Natural Vale, situada no Espírito Santo e tema desta edição do Informativo MAIS, tornou-se um centro de referência para pesquisas científicas em Biodiversidade no país, com 240 projetos desenvolvidos. No Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, há 12,8 mil hectares protegidos em 21 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), onde se encontram mais de 70 espécies de flora ameaçadas. A Vale já formalizou proposta de regularização de cerca de 77 mil hectares de Reserva Legal, devendo alcançar em breve 100 mil hectares para todos os imóveis rurais.
O Fundo Vale, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada em 2009, aportou R$ 120 milhões em iniciativas em três segmentos relacionados ao meio ambiente na Região Amazônica, contribuindo para a implementação e consolidação de 230 mil km2 (23 milhões de hectares) de unidades de conservação em seis estados, em benefício de comunidades indígenas e de pescadores, entre muitas outras.
Estas iniciativas – algumas, em meio a centenas – mostram que a empresa está profundamente comprometida com a manutenção da biodiversidade e que isso é, também, muito bom para seus negócios. Para exemplificar: ao mesmo tempo em que trabalha pelo cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, a Vale aplica, de forma complementar, a Hierarquia de Mitigação de Impactos. Essa ferramenta viabiliza uma abordagem baseada nas melhores práticas para evitar e minimizar impactos negativos, e, em seguida, restaurar áreas que não são mais usadas em operações da empresa, antes de finalmente considerar a possibilidade de compensar os impactos residuais. Dessa forma, a Vale se mantém alinhada aos Padrões de Desempenho de Instituição Financeira do Banco Mundial, assim como aos princípios do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), o que favorece o acesso a recursos financeiros para seus projetos de expansão e compensação ambiental.
Mineração e biodiversidade são, hoje, indissociáveis, algo que nós e toda a sociedade temos muitos motivos para celebrar.