Desvendando os mistérios do Universo nas profundezas de uma mina subterrânea
Já imaginou que a dois quilômetros abaixo da superfície possa existir um laboratório de Física com cientistas e equipamentos ultramodernos para desvendar mistérios do Universo? Parece cena de filme de ficção científica, mas é mais um dos grandes investimentos da Vale na área de inovação.
Considerado o mais profundo e limpo laboratório do mundo, o Snolab (Sudbury Neutrino Observatory Lab) fica nas profundezas da nossa mina Creighton, em Sudbury, Ontário, no Canadá. Com imensos tanques cheios de argônio, um gás nobre parecido com o nitrogênio, e outros gases resfriados, o laboratório amplia a produção de pesquisas científicas, além de gerar e difundir novos conhecimentos para a cadeia da mineração.
Snolab para o mundo
Entre os principais estudos desenvolvidos no local está o de um raro processo radioativo chamado neutrino-less double beta decay, que poderia explicar o desenvolvimento da matéria e do mundo. Algumas pesquisas buscam, por exemplo, partículas de matérias escuras deixadas pelo Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao Universo. Existente em abundância no Cosmo, o neutrino é uma dessas partículas. Sem carga elétrica e com massa extremamente pequena, ele é considerado um elemento-chave, pois consegue se relacionar tanto com a matéria quanto com a matéria escura.
Galeria de fotos
O detector SNO (Sudbury Neutrino Observer) é uma esfera de 12 metros de diâmetro na qual foram realizados experimentos, entre 2002 e 2006, para identificar as partículas subatômicas.
A caverna do Snolab é a maior instalação científica subterrânea do mundo. Cientistas trabalham para estudar os neutrinos, partículas subatômicas difíceis de identificar, presentes em todo o universo – das nossas unhas às estrelas.
O espaço que abriga o detector de neutrinos tem 34 metros de altura (o equivalente a um prédio de 11 andares) e 22 metros de diâmetro (1,5 vez maior do que a base da famosa Torre de Pisa, na Itália).
Bote flutua dentro da esfera de 22 metros de diâmetro que forma o detector de neutrinos do Snolab.
Com 6 metros de diâmetro, essa bolha ocupa o interior do detector e era preenchida, entre 2002 e 2006, com água pesada – substância utilizada para experimentos científicos. O objetivo era identificar as interações dos neutrinos neste líquido.
Nas instalações subterrâneas, trabalha uma equipe multidisciplinar de 60 pesquisadores de várias nacionalidades, divididos em dois turnos.
Atualmente, os cientistas reformulam o detector de neutrinos. Em vez de água, serão utilizados outras substâncias líquidas para permitir a observação de outros espectros e interações dos neutrinos.
Antes de entrar nas instalações, pesquisadores e visitantes precisam passar por um rigoroso processo de limpeza: suor, poeira e outras partículas podem causar interferência nos detectores ultrassensíveis.
Na imagem, podem-se observar os tubos fotomultiplicadores, sensíveis à luz, e as cordas que formam a estrutura interna do detector de neutrinos.
As instalações do Snolab estão em área anexa à mina de Creighton, na Vale do Canadá, onde nossa empresa mantém operações de níquel.
Para chegar às instalações subterrâneas, os trabalhadores utilizam um elevador que percorre a viagem de 2 quilômetros em 4 minutos.
Equipamentos de grande porte são utilizados nos experimentos do Snolab. "Precisamos desmontar, trazê-los para baixo da terra e voltar a montá-los. É um processo similar ao que a Vale faz com o maquinário utilizado na mineração", explica Nigel Smith, diretor do Snolab.
Snolab para a Vale
O Snolab também serve como base de instalação para o sistema de monitoramento sísmico tridimensional Pups (sigla em inglês para Polaris Underground Project at Snolab), que fornece informações detalhadas sobre atividades sísmicas para a indústria da mineração. Essas informações geotécnicas, por exemplo, nos ajudam a planejar escavações de minas profundas.
De acordo com o pesquisador e diretor do laboratório, Nigel Smith, o Snolab tem diversas pesquisas que podem ser aplicadas ao negócio da Vale e à mineração. Algumas são ligadas a escavações e perfuração de rochas, atividades usualmente realizadas por esta indústria. Assista à entrevista abaixo, disponível apenas em inglês
A Terra como escudo
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