Água
Os recursos hídricos são essenciais para as nossas atividades. Em nossa atuação, desenvolvemos programas e implementamos ações que vão além do atendimento aos requisitos legais, visando à otimização do uso e do consumo de água.
A Vale é membro do ICMM (International Council on Mining & Metals) e utiliza a metodologia GRI (Global Report Initiative) para seus reportes e Relatório de Sustentabilidade.
Implementamos práticas de manejo hídrico que proporcionam governança forte e transparente, gerenciamento efetivo e eficiente nas operações e buscamos superar as expectativas das partes interessadas, para promover o uso de água sustentável.
Como orientador de nossas ações, contamos com o programa Meta Água, iniciado em 2018 cujo objetivo principal é reduzir a captação de água doce para uso em nossos processos produtivos. Para tanto, a Vale investe na ampliação da rede de monitoramento, em iniciativas de reutilização, na busca de novas tecnologias e no desenvolvimento de estudos.
Reporte de KPIs
Volume e percentual de água e nível de estresse hídrico (em milhões de m³)
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América do Norte e Europa |
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África, Ásia e Oceania |
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Baixo |
43,9
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América do Norte e Europa
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América do Sul
Volume (milhões de m³) |
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Total |
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Baixo |
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África, Ásia e Oceania
Volume (milhões de m³) |
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América do Norte e Europa
Volume (milhões de m³) |
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Total |
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147,8 |
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Baixo |
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Baixo a médio |
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Alto |
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Distribuição do volume total de água nova captada por regiões de acordo com risco hídrico
Balanço hídrico
(em milhões de m³) 
Evolução da performance
Os principais usos de água na mineração são para beneficiamento do minério, limpeza de máquinas e peças, controles ambientais, higienização e consumo humano. A metodologia que a Vale adota para consolidar o balanço hídrico de suas operações e divulgar seus resultados no relatório de sustentabilidade considera as seguintes parcelas principais: água captada e utilizada pela unidade operacional, água captada sem uso e devolvida ao meio ambiente, agua captada e disponibilizada para terceiros, volume total de reutilização e descarte de efluentes industriais e doméstico.
No ano de 2019, o volume total de água captado para uso em nossos processos produtivos foi de 149 milhões de m3, 26% abaixo de 2018. A Vale manteve a taxa de reutilização de água nos patamares de 2018, 82%. Em sua estratégia de gestão, a Vale entende que essa é uma forma de reduzir a captação de água do meio ambiente.
Os efluentes gerados nas unidades operacionais da Vale são provenientes dos usos industriais e consumo humano. Esses efluentes são reutilizados nos processos da empresa, sempre que possível, e no ano 2019 foram descartados no meio ambiente 32,8 milhões de m³, em acordo com os padrões de lançamento estabelecidos nas legislações locais.
Demanda total
(em milhões de m³)
Captação de água destinada para produção Vale
(em milhões de toneladas)
Metas e Prazos
A Meta Água tem como compromisso reduzir a captação de água doce para uso em nossos processos produtivos. A meta é reduzir 10% do uso específico referente ao ano 2017 até 2030 (água nova e doce captada e usada nos processos por tonelada produzida), o que significa menor volume de água nova captada para um mesmo volume de produção.
Além do objetivo principal da Meta Água, o programa investe na melhoria contínua da gestão dos recursos hídricos a fim de alcançar a aderência aos princípios do ICMM. Todas essas estratégias estão alinhadas ao Plano Estruturante, que é base do programa Meta Água. Dessa forma, estão entre nossos principais compromissos relacionados ao tema:
Gestão de Impactos
Medidas de contenção dos rejeitos
Cinco dias após o rompimento da Barragem I, a Vale apresentou ao Ministério Público e aos órgãos ambientais um plano que previa atuação em três trechos ao longo do rio Paraopeba, com início emergencial das obras: Trecho 1 –até 10 quilômetros de extensão do local do rompimento da barragem, levando em consideração a posição geográfica estratégica para otimizar a contenção de rejeitos no córrego Ferro-Carvão–localizado a jusante da barragem rompida –e evitar aporte de material ao rio Paraopeba, estão previstas a construção de estruturas de contenção, tais como diques de enrocamento, barreiras hidráulicas e cortina metálica com estacas-prancha, além da instalação de uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF) no córrego Ferro-Carvão com a capacidade para tratar aproximadamente 2 milhões de litros por hora, já em operação.
Foi construída uma ponte de estrutura metálica e concreto de 50 metros para restabelecer o acesso das comunidades de Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão à área central de Brumadinho. A ponte permite o tráfego de veículos em mão dupla e inclui passeio para pedestres.
Políticas e Normas
Em nossa Política de Sustentabilidade estão estabelecidas as diretrizes e princípios para a sustentabilidade em nossos projetos e operações, explicitando o nosso compromisso com a vida em primeiro lugar e a nossa responsabilidade social, ambiental e econômica. A concretização desses princípios e diretrizes se dará a partir de três dimensões: Operador Sustentável, relacionada à atuação responsável em todo o ciclo de vida dos nossos empreendimentos; Catalisador do Desenvolvimento Local, voltado para a colaboração com o desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos territórios onde temos atividades, com o estabelecimento de parcerias intersetoriais com objetivo de deixar um legado positivo; e Agente Global de Sustentabilidade, que prevê a nossa contribuição para o diálogo e a busca de soluções para os desafios do desenvolvimento sustentável que são compartilhados por várias regiões e países em que estamos presentes.

Visão de Riscos
A ferramenta Aqueduct, desenvolvida pelo WRI (World Resources Institute), nos auxilia na avaliação de estresse hídrico, que possibilita uma visão global das regiões mais susceptíveis à ocorrência de inundações fluviais e costeiras, à severidade de secas, à variabilidade sazonal e interanual de água, bem como à sua escassez. Com base nesta ferramenta, é possível correlacionar o uso de água das nossas unidades operacionais com o grau de risco indicado.

A precisão das bases de dados para gerar estas avaliações globais vem aprimorando continuamente nos últimos anos, no entanto, se faz necessário verificar e complementar estas avaliações considerando os conhecimentos e percepções dos riscos hídricos operacionais locais, seus possíveis impactos e ações de mitigação. Para tanto iniciamos no ano 2020 a aplicação de metodologia de análise de sensibilidade dos riscos hídricos para cada unidade operacional, ou seja, escala local dos riscos físicos e critérios técnicos internos.
Esta metodologia foi aplicada em 46 unidades operacionais considerando os seguintes riscos físicos: inundações, conflito pelo uso, abastecimento e secas. Destaca-se que uma unidade operacional pode estar exposta a mais de um risco físico e os resultados dessa metodologia estão apresentados abaixo, indicando o resultado geral bem como para cada um dos tipos dos riscos físicos considerados.
Sensibilidade aos Riscos Hídricos
O processo de mapeamento e gerenciamento de riscos e impactos hídricos é contínuo e deve ter como referência a bacia hidrográfica onde operamos e que temos influência. Desta forma, é necessário promover a melhoria continua dos nossos processos de avaliação dos riscos hídricos com atenção aos potenciais impactos físicos, regulatórios e à reputação, interferências das mudanças climáticas e o uso múltiplo das águas, atendendo às diversidades físicas, bióticas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões. Identificados e mapeados os riscos é obrigatório estabelecer, monitorar e executar planos de ação priorizando a eliminação dos mesmos.
As ações e iniciativas de gestão de riscos hídricos da Vale são de caráter local e global, e envolvem revisão e aprimoramento dos processos de governança, elaboração de políticas, aplicação do HIRA e atualização dos planos diretores das unidades, além de alinhamento com os princípios estabelecidos pelo ICMM (International Council on Mining and Metal).
Perspectivas
Além do objetivo principal da Meta Água, o programa também investe na melhoria contínua da gestão dos recursos hídricos a fim de alcançar a aderência aos princípios do ICMM.
Em 2018, nossas principais iniciativas no tema foram a definição da Meta Água 2030; o mapeamento de universidades para desenvolver projetos de P&D; análise de 11 Propostas de Projetos de P&D; estabelecimento de cinco contratos para aprimorar a Gestão de Recursos Hídricos nas unidades operacionais; realização de workshop de recursos hídricos, integrando unidades operacionais em nível global; aquisição de medidor de vazão ultrassônico portátil e execução de campanhas de verificação nas unidades operacionais; capacitação de coordenadores de recursos hídricos nas unidades operacionais; compra de 413 instrumentos e equipamentos para o monitoramento hídrico; revisões de balanço hídrico nas unidades operacionais; desenvolvimento de sistemática de análise e apuração dos dados quantitativos de recursos hídricos; identificação de ferramenta para gestão dos recursos hídricos e implementação do módulo da qualidade em cinco unidades operacionais; e consolidação e centralização das informações de outorgas na área corporativa.
Processamento a seco
A Vale investiu quase R$ 66 bilhões (US$ 17,5 bilhões¹) para instalar e ampliar o uso do processamento a seco –ou umidade natural –do minério de ferro produzido em suas operações no Brasil nos últimos 10 anos. Por não usar água no processo, o método não gera rejeito e, portanto, não utiliza barragens.
Processamento a seco
Vale Brasil
Nos próximos cinco anos, a estimativa é aplicar mais R$ 11 bilhões (US$ 2,5 bilhões¹) em instalações de processamento similares. Hoje, cerca de 60% da produção da Vale ocorre a seco e a meta é chegar a até 70%, em 2024. As plantas de tratamento de Serra Leste, em Curionópolis, e do S11D, em Canaã dos Carajás, também não utilizam água no tratamento do minério.
¹ Cotação referente ao ano de 2018
No S11D, por exemplo, o uso da rota de processamento à umidade natural permite reduzir em 93% o consumo de água quando comparado com um projeto convencional de produção de minério de ferro. A economia de água equivale ao abastecimento anual de uma cidade de 400 mil habitantes. Em Minas Gerais, o processamento a seco foi ampliado de 20%, em 2016, para 32%, em 2018. Hoje, esse tipo de processamento está presente em diversas unidades, como Brucutu, Alegria, Fábrica Nova, Fazendão, Abóboras, Mutuca, Pico e Fábrica.
Para os próximos anos, o objetivo é empregá-lo em outras localidades de Minas Gerais, como os projetos Apolo e Capanema, que se encontram em fase de licenciamento ambiental.